O Pavilhão de Portugal em Chengdu, capital da província de Sichuan, no sudoeste da China, um
projeto de capital luso-chinês, quer ter 50 produtores nacionais na montra, quase duplicar o
investimento e faturar 3 milhões de euros no final do primeiro ano de operação daquele que é
descrito como o “maior ‘showroom’ permanente de produtos portugueses na China”.
A funcionar desde janeiro, o Pavilhão de Portugal, gerido pela Chengdu Lusosino, constituída para esse efeito, integra um complexo dinamizado pela China onde estão instalados pavilhões de
outros 30 países – o “Chengdu-Eurasia National Pavilion Cluster” – pensado promover as trocas
comerciais e culturais, localizado próximo da estratégica estação ferroviária internacional de
Qingbaijiang, de onde partem e chegam comboios de mercadorias de e para a Europa.
O espaço, “concedido por 50 anos”, tem atualmente representados 18 produtores, 55 marcas e 410
referências nacionais. “Em cinco meses estamos a enviar seis contentores, ou seja, sensivelmente um por mês”, partilha Romeu Oliveira, um dos sócios da empresa de capital português (60%) e chinês (40%), dando conta de que, “em alguns casos, estavam carregados só com uma única referência”.
No entanto, o objetivo é ir mais longe: “Queremos pôr 50 produtores nacionais na China até ao
final do ano”, adianta o empresário, revelando que o plano passa ainda por quase “dobrar” o
investimento para “alavancar o negócio” dos 700 mil euros injetados na abertura para 1,2 milhões ainda em 2023, o primeiro exercício em que espera faturar 3 milhões de euros e “depois continuar a crescer”. E margem aparentemente não falta, considerando que “a China representa apenas 1% das exportações portuguesas”, sinaliza.
A garrafeira ocupa grande parte dos 500 metros quadrados do Pavilhão de Portugal que dispõe
ainda de um restaurante onde se provam receitas de inspiração portuguesa, harmonizadas com
vinhos nacionais.
Sedeada na quarta cidade mais populosa da China, a Chengdu Lusosino conta também com uma representação em Portugal, em concreto em Sintra, onde tem ao serviço dois dos sete funcionários.
“A nossa principal atividade é encontrar parceiros locais para conseguir exportar produtos
portugueses, mas também tentamos criar serviços de marketing de produto”, explica Romeu
Oliveira ao Negócios, indicando que prestam ainda apoio à exportação, captação de novos
importadores ou distribuidores e presença em feiras e outros eventos.
“Temos falado com várias empresas e tem sido uma surpresa descobrir que poucas têm operação
na China”, assinala Romeu Oliveira.
Consulte aqui o artigo original no Jornal de Negócios